domingo, 30 de outubro de 2011

Cervos/ Veados

Cervos – Veados

Ordem: Artiodáctilo (Artiodactyla)
Família: Cervídeos / Cervidae
Nome indígena: Suassú
Cervo é o mesmo que veado (em inglês Deer) – denominação comum a diversos mamíferos quadrúpedes da família dos Cervídeos. Normalmente de coloração parda, patas compridas, cauda curta, muito ligeiro e tímido, possui cornos simples ou ramificados (esgalhos), chamados de galhadas (peculiares aos machos), tanto mais desenvolvidos e ramificados quanto mais velho é o animal.
Vive em rebanhos em todos os continentes, nas florestas da Europa, Ásia e Américas, está presente até mesmo na Austrália, aonde foi introduzido. Coloniza todos os tipos de territórios, mesmo as zonas de alta montanha. Na África, encontra-se apenas acima do Deserto do Saara.
Os primeiros cervídeos fósseis foram descobertos na Ásia Central e datam 30 milhões de anos. Eram animais de pequena estatura, não tinham chifres, mas possuíam caninos superiores muito desenvolvidos... Os primeiros cervos propriamente ditos viveram há cerca de 10 milhões de anos. O maior cervo que já existiu foi o CERVO MEGACEROS, o qual desapareceu no final da era glaciária...
Com exceção da rena, todas as fêmeas dos outros cervos são mochos, não possuem galhada, erroneamente chamados de chifres. A galhada do cervo cai anualmente e cresce de ano em ano, maior, com mais pontas e mais bonita até o envelhecimento, quando então cada nova galhada regride (cresce menos) em tamanho e qualidade. A nova galhada cresce rapidamente, coberto de pele e, quando endurece, o cervo esfrega sua galhada nas árvores, em troncos e galhos, até limpá-la da pele ressecada.
Dos cervos menores, muitas espécies têm apenas “espetos” de poucos centímetros, algumas espécies têm “garfo” (duas pontas por galhada), à partir de 3 (formando 6 pontas), a galhada começa ficar mais bonita e, nas espécimes maiores, alcançam de 12, 14, 16 pontas, raramente mais...
Alguns tipos de cervos têm o centro da galhada alargada, formando uma lamina que é chamada de pá. A mais acentuada desta forma de galhada é a do alce.
Na maioria das espécies os cervos machos lutam entre si para manutenção do território e do harém das fêmeas. O choque das galhadas dá para escutar de longe. O macho vencido foge e desta forma a procriação é regulada pela seleção natural das melhores espécimes.
Normalmente silencioso, mas em algumas espécies o cervo macho berra durante a época de luta e acasalamento. Este berro é para desafio e determinação de território simultaneamente. A voz grossa do macho forte faz com que os mais fracos evitem a região. O berro do cervo varia entre as espécies, desde assobio até o mais possante e bonito berro, a do veado-nobre-europeu...
Essa família de herbívoros ruminantes conta com mais de 50 espécies, algumas com subespécies. Na Filatelia, por exemplo, existem selos postais representando quase todas as espécies, mesmo as subespécies.
Abaixo, lista incompleta dos Cervídeos...
GÊNERO: Alces (Gray, 1821) – América do Norte e Europa – maior membro da família dos cervídeos, portanto é o maior cervo do mundo!
A. alces (Linnaeus, 1758) – Alce / “Moose” como é chamado na América do Norte, o mesmo animal é chamado de “Elk” na Europa – com várias subespécies alce-europeu (armações espalmadas implantadas horizontalmente no crânio), alce-asiático (diversos tipos de armações, maiores que as do alce-europeu) – símbolo da Noruega!
GÊNERO: Axis (Hamilton Smith, 1827) – Ásia
A. axis (Erxleben, 1777) – Chital / Cheetal, Chital deer, Spotted deer, Axis deer / Cerf axis
A. calamianensis (Heude, 1888) – Calamian Deer, Calamian Hog Deer / Cerf calamian
A. kuhlii (Müller, 1840) – Bawean deer, Kuhl’s hog deer, Bawean hog deer / Cerf de Kuhl ou de Bawean
A. porcinus (Zimmermann, 1780) – Hog Deer / Cerf cochon
GÊNERO: Capreolus (Gray, 1821)
C. capreolus (Linnaeus, 1758) – Corça, cabrito-montês-europeu / European Roe Deer / Chevreuil (Europa, Eurásia; da Grã-Bretanha até a China)
C. pygargus (Pallas, 1771) – Cabrito-montês-asiático / Siberian Roe Deer, Eastern roe deer (Ásia)
GÊNERO: Cervus (Linnaeus, 1758) – só é encontrado no Hemisfério Norte
C. albirostris (Przewalski, 1883), sinônimo: Przewalskium albirostris – Cervo-de-lábio-branco / Thorold’s deer, White-lipped deer / Cerf de Thorold, Cerf au museau blanc / Ciervo de hocico blanco, Ciervo de Thorold (Tíbete e China)
C. alfredi (Sclater, 1870), sinônimo: Rusa alfredi – Cervo-pintado-das-filipinas / Philippine Spotted Deer, Visayan Spotted Deer / Cerf moucheté du Prince Alfred
C. canadensis (Erxleben, 1777) – Uapiti ou Wapiti / “Elk” – com várias subespécies na América do Norte e Ásia, como o alce-norte-americano, por exemplo, e o alce-asiático (segundo maior cervo do mundo; não confundir com o alce-europeu)
C. duvaucelii (G. Cuvier, 1823), sinônimo: Rucervus duvaucelii – Barasinga / Barasingha / Cerf des marais ou Cerf de Duvaucel
C. elaphus (Linnaeus, 1758) – Cervo-vermelhocervo-nobre, cervo-elafo / Red Deer / Cerf élaphe / Rothirsch – É uma das maiores espécies de cervos, com várias subespécies que habitam a Europa, a região das Montanhas do Cáucaso, na Ásia Menor e partes da Ásia ocidental e central. Também uma subespécie de menor dimensão, o cervo-da-barbária (Cervus elaphus barbarus) [Bennett, 1833], chamado em inglês de Barbary Stag, Atlas Deer, em francês de Cerf de Barbarie, que habita a região das Montanhas do Atlas, no noroeste da África, entre o Marrocos, Argélia e Tunísia (onde uma pequena população é conservada) – sendo o único Cervídeo que habita o Continente Africano!
C. eldii (M’Clelland, 1842), sinônimo: Rucervus eldii – Thamin / Eld’s Deer (Brow Antlered deer) / Cerf d’Eld
C. mariannus (Desmarest, 1822), sinônimo: Rusa mariannus – Sambar-filipino / Philippine Sambar / Cerf des Philippines
C. nippon (Temminck, 1838) – Cervo-sica, veado-japonês / Sika Deer / Cerf Sika – com várias subespécies asiáticas
C. timorensis (Blainville, 1822), sinônimo: Rusa timorensis – Sunda Sambar ou Rusa Deer / Cerf rusa ou de Java ou do Timor (Indonésia)
C. unicolor (Kerr, 1792), sinônimo: Rusa unicolor – Sambar / Sambar deer (sud da Ásia, da Índia à China)
GÊNERO: Dama (Frisch, 1775). Nota: Introduzido em Antígua e Barbuda, hoje é o Animal Nacional!
D. dama (Linnaeus, 1758) – Gamo, Dama, Cervo-dama / Fallow Deer, European Fallow / Daim européen (parques da Europa)
D. mesopotamica (Brooke, 1875), às vezes aparece como a subespécie D. d. mesopotamica – Persian fallow deer / Daim de Perse (florestas do Oriente-Médio, sul do Irã e no Iraque)
GÊNERO: Elaphodus (Milne-Edwards, 1872) – Ásia
E. cephalophus (Milne-Edwards, 1872) – Tufted deer / Ciervo de copete, Eláfodo – parece que existem quatro subespécies... Parecido com o Muntiacu, distingue-se dos demais cervos porque tem um inconfundível tufo de cabelos. Os machos também têm pequenos caninos superiores longos e afiados que se projetam para fora de suas bocas, como presas (dentes de sabre), o que é incomum...
GÊNERO: Elaphurus (Milne-Edwards, 1866) – raro cervídeo originário da China
E. davidianus (Milne-Edwards, 1866) – Cervo-do-padre-david / Milu, Père David’s Deer / Cerf du père David / Ciervo del padre David – Sua sobrevivência se deve em boa parte ao missionário francês Armand David, que em 1865 levou vários exemplares à Europa. Os animais foram retirados de uma reserva imperial da Dinastia Qing, onde a espécie estava confinada e a entrada era punida com a morte...
GÊNERO: Hydropotes (Swinhoe, 1870) – pequeno cervo nativo da China e Coreia que se distingue porque o macho não tem chifres!
H. inermis (Swinhoe, 1870) – Hidrópote, veado-d’água-chinês / Water Deer / Cerf d’eau, Chevreuil des marais / Venado acuático chino
GÊNERO: Hippocamelus (Leuckart, 1816) – América do Sul, Cordilheira dos Andes
H. antisensis (d’Orbigny, 1834) – Taruca / North Andean Deer (vive nos Andes, Peru e Bolívia, e norte do Chile e noroeste da Argentina)...
H. bisulcus (Molina, 1782) – Huemul, cervo-sul-andino, guemal / Chilean Huemul, South Andean Deer (vive na parte sul dos Andes, chileno e argentino) – símbolo do Chile!
GÊNERO: Muntiacus (Rafinesque, 1815) – Ásia; todos são conhecidos como Muntiacu, Muntjac (inglês), Muntíaco (espanhol)
M. atherodes (Groves e Grubb, 1982) – Bornean Yellow Muntjac / Muntjac jaune de Bornéo / Muntíaco amarillo de Borneo
M. crinifrons (Sclater, 1885) – Hairy-fronted Muntjac, Black Muntjac / Muntjac noir / Muntíaco negro
M. feae (Thomas e Doria, 1889) – Fea’s Muntjac, Tenasserim muntjac / Muntjac de Fea / Muntíaco de Fea
M. gongshanensis (Ma, 1990) – Gongshan Muntjac / Muntjac gongshan / Muntíaco de Gongshan
M. montanus (Robinson & Kloss, 1918) – Sumatran Muntjac / Muntíaco de Sumatra
M. muntjak (Zimmermann, 1780) – Muntjac-indiano / Indian Muntjac, Common Muntjac / Muntjac d’Inde, Cerf aboyeur / Muntíaco de la India – com várias subespécies
M. puhoatensis (Trai in Binh Chau, 1997) – Pu Hoat Muntjac / Muntíaco de Pu Hoat
M. putaoensis (Amato, Egan e Rabinowitz, 1999) – Leaf Muntjac, Leaf deer ou Putao muntjac / Muntíaco de Hukawng, Muntíaco Putao ou Ciervo de la hoja
M. reevesi (Ogilby, 1839) – Reeves’s Muntjac, Chinese Muntjac / Muntjac de Reeve / Muntíaco de Reeves
M. rooseveltorum (Osgood, 1932) – Roosevelt’s Muntjac, Roosevelt’s barking deer / Muntíaco de Roosevelt
M. truongsonensis (Giao, Tuoc, Dung, Wikramanayake, Amato, Arctander e Mackinnon, 1997) – Truong Son Muntjac, Annamite Muntjac / Muntíaco de Truong Son
M. vuquangensis (Wemmer et al., 1998) – Giant Muntjac, Large-Antlered Muntjac / Muntjac géant / Muntíaco gigante, Venado ladrador
GÊNERO: Odocoileus (Rafinesque, 1832) – Américas
O. hemionus (Rafinesque, 1817) – Cervo-mula / Cervo-mulet / Mule deer, Black-tailed deer (veado norte-americano) – com várias subespécies
O. virginianus (Zimmermann, 1780) – Veado-galheiro ou Cariacu, veado-cariacu, veado-galheiro-do-norte, cervo-da-virgínia, veado-da-virgínia, veado-de-cauda-branca / White-tailed Deer, Virginia deer, Whitetail. É uma espécie encontrada do sul do Canadá ao norte do Brasil... Ocorre ao norte do rio Amazonas e na porção norte da Cordilheira dos Andes, em matas abertas. De coloração acinzentada, pesa cerca de 40 kg. Os chifres possuem um eixo principal frontal, com poucos ramos voltados para cima. – Animal-símbolo da Costa Rica e de Honduras! Parece que uma subespécie (O. v. cariacou) vive na Guiana Francesa e no norte do Brasil...
GÊNERO: Pudu (Gray, 1852) – América do Sul
P. mephistophiles (de Winton, 1896) – Pudú / Northern Pudu (Colômbia, Chile, Equador, Paraguai?, Peru) – menor cervídeo do mundo! (35 cm de altura)
P. puda (Molina, 1782) – Pudú / Southern Pudu, Chilean Pudú (sul do Chile e sudoeste da Argentina)
GÊNERO: Rangifer (C.H. Smith, 1827) – América do Norte e Europa – único cervídeo que tem galhada em ambos os sexos!
R. tarandus (Linnaeus, 1758) – Caribu ou rena (“aquela que puxa o trenó”) / em inglês Caribou / Reindeer – com várias subespécies no Ártico
sambarMuntjac-indiano

CERVÍDEOS NO BRASIL
Em tupi-guarani, “veado” é o mesmo que “animal grande”, pois eles são chamados pelos índios de Sooassú ou Sooguassú, normalmente de Suassú... “Soo” significa animal e “assú” significa grande. NoBrasil, apenas um Cervídeo é chamado de cervo, o do Pantanal, os outros são chamados de veados.
Há discussões se são todas espécies diferentes ou subespécies... Pois existe muita variação genética, mesmo nas consideradas em princípio como uma única espécie. Para o leigo, as diferenças são quase imperceptíveis, muda um pouco o tamanho, comprimento das pernas e cores dos veados, e muitas vezes habitam o mesmo ambiente, como no Vale do Ribeira, por exemplo, tanto o mateiro como o catinguiero e até o veado-campeiro (outro gênero) aparecem normalmente...
Programas de preservação de cervos com a participação de criadouros sob controle do IBAMA, permite ser otimista quanto à preservação das espécies. Entre eles estão alguns como: Criadouro Teuto/Anápolis (GO), Cativeiro Ibama Imperatriz (MA), Cativeiro Ibama Juína (MT), Criadouro Santarém (PA), Criadouro Itaipu (PR), Criadouro Buritis (RO), Criadouro Presidente Prudente (SP).
O NUPECCE – Núcleo de Pesquisa e Conservação de Cervídeos, com base organizacional localizada na Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias – FCAV (www.fcav.unesp.br), pertencente à Universidade Estadual Paulista – UNESP (www.unesp.br), Campus de Jaboticabal (SP) vem desenvolvendo diversos projetos em todo o Brasil, por exemplo.
CERVO-DO-PANTANAL – maior cervídeo da América do Sul, portanto é o maior cervo brasileiro!
GÊNERO: Blastocerus (Gray, 1850) – Nome científico: B. dichotomus (Illiger, 1815)
Outros nomes: veado-galheiro, cervo ou veado-do-pântano, veado-dos-mangues, veado-suaçupuçu, veado-chibarro / Marsh Deer / Cerf des marais / Ciervo de los pantanos, Pukú guazú (guaraní)
É assim chamado porque vive no pântano, habita exclusivamente áreas inundáveis da região central da América do Sul. Logo está bem adaptado à vida neste ambiente com pelos grossos, pernas compridas e patas proporcionalmente maiores do que as de outros cervídeos do Brasil. Então alcança entre 1 e 1,2 metros de altura na cernelha e pesa entre 90 a 125 kg. Os cascos são largos e unidos internamente por uma membrana que é uma adaptação para andar em terrenos alagados ou em solos pantanosos.
Sua cor básica é a marrom-avermelhada, sendo pretas a ponta do focinho e os pés (canelas pretas), e brancas parte da barriga (traseira), a garganta, ao redor dos olhos, a testa e o interior das orelhas. A testa também tem um desenho central e até os olhos, de cor cinza. Tem galhada com dez “espetos”, cinco de cada lado, normalmente. Na época do crescimento da galhada, o macho escolhe plantas que suprem as necessidades de seu organismo para o desenvolvimento da mesma. Alimenta-se de pasto variado, incluindo arbustos. A fêmea dá à luz um filhote por ano, normalmente. O filhote nasce sem manchas, já com a cor dos adultos, não há nele as manchas comuns nos filhotes de outros cervídeos.
Vivem isolados ou em pequenos grupos. Seu habitat é principalmente a região do Parque Nacional do Pantanal Mato-Grossense, portanto nos Estados de Mato Grosso (MT) e Mato Grosso do Sul (MS). Mas também ocorrem em regiões pantanosas nos Estados de Goiás, norte de Minas Gerais, Bahia, Paraná e Rio Grande do Sul (conforme IBAMA). Assim como em outros Estados como Roraima (RO) e Tocantins (TO). Fora do Brasil a distribuição original abrangia áreas pantanosas ou inundáveis do sudeste do Peru, Paraguai, Bolívia, nordeste da Argentina e, possivelmente, o nordeste do Uruguai.
Animais desta espécie são mantidos pelo “Projeto Cervo do Pantanal de Porto Primavera”, em Presidente Venceslau, no Estado de São Paulo; projeto este subsidiado pela Companhia Energética de São Paulo (CESP). Vários animais vieram a óbito no período de quarentena, após serem capturados para resgate, durante o período de enchimento do lago a ser formado pela Usina Hidrelétrica de Porto Primavera, em São Paulo...
Casal de cervo-do-pantanal exposto no Museu Nacional (foto/arquivo número: A001).
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VEADO-CAMPEIRO (assim chamado porque vive nos campos, evitando as matas)
GÊNERO: Ozotoceros (Ameghino, 1891) – Nome científico: O. bezoarticus (Linnaeus, 1758)
Outros nomes: veado-branco, cervo-dos-pampas, suassú-tinga ou suaçutinga (animal grande branco), suaçutunga, suaçuapara, guazuti (guaçuti) / Pampas deer / Cerf des pampas / Venado de las Pampas, Guazú ti’í (guaraní)
Pelagem baia, de coloração marrom-acinzentada (castanha clara), com ventre (as partes baixas) e espelho brancos, no macho moldura branca ao redor dos olhos. Alcança entre 70 a 80 centímetros de altura, de 1,20 até 1,35 metro de comprimento e pesa 60 kg, aproximadamente. No primeiro ano a galhada cresce com apenas uma ponta chamada “espeto”, no segundo ano com duas pontas em cada galhada denominada “garfo” e apenas no terceiro ano alcança a galhada completa de seis “espetos” (três pontas de cada lado), com mais de 30 centímetros de comprimento. A galhada cresce coberta de pele e com muitas veias, ainda como estrutura macia. Atingindo seu tamanho definitivo, a galhada endurece, as veias e a pele protetora secam. O tamanho da galhada reflete a saúde, alimentação e vigor no veado, definhando (crescendo menor e mais fraco) quando de seu envelhecimento.
O macho tem um cheiro intenso (detectável de longe, parecido com alho), principalmente durante a época de acasalamento; período em que os machos desenvolvidos disputam as fêmeas em luta, geralmente, sem feridos. A fêmea dá à luz um filhote (raramente dois) que nasce malhado, com manchas brancas, permitindo uma perfeita camuflagem na capoeira. Inimigos naturais são as onças-parda e pintada, o jacaré e a jiboia ou sucuri. Normalmente silencioso, quando se assusta solta um tossido assobiante que põe o bando em posição de alerta, mas em caso de medo e dor, berra como cabrito. Rápido na corrida, ultrapassa a capoeira baixa com saltos, cuja cauda levantada mostra ao bando o espelho branco que permite na penumbra a fuga conjunta sem dispersão.
Habita áreas de vegetação aberta, ou levemente alagada, e planícies no Cerrado, Pantanal e Pampas da Bolívia, Paraguai, Brasil, Argentina e Uruguai. Vive isolado ou em pequenos bandos pastando principalmente de manhã cedo e ao entardecer. Não perturbado, convive próximo à atividades humanas para sua alimentação, sem desprezar as plantações agrícolas e alguns tipos de frutas como a pitanga. Pode ser encontrado no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, ou na Chapada dos Guimarães, por exemplo.
www.pousalegre.com.br/histnat.htm
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GÊNERO: Mazama (Rafinesque, 1817)
Todas as espécies de veados deste gênero, que ocorrem nas Américas Central e do Sul, são menores do que o mateiro – considerado o maior entre os demais Mazama. Os machos têm como galhada apenas um par de “espetos”, significa que cada espeto tem apenas uma ponta, são chifres simples, sem ramificações. Esses espetos são normalmente curtos, retos e apontados para cima, às vezes, são inclinados para trás, dependendo da espécie. Eles podem cair após a estação reprodutiva, crescendo novamente no ano seguinte
As espécies M. gouazoubira (catingueiro) e M. nemorivaga (roxo) são conhecidas como veados cinzas
O nome Mazama vem da pronúncia “mazame”, que por sua vez é o plural de “mazatl”, que na língua náhuatl (Nahuatl) significa “veado”... Geralmente o gênero Mazama é composto por 9 espécies; numeradas a seguir. Dentre estas 5 espécies ocorrem no Brasil (Duarte, 1996; Rossi, 2000), as quais estão identificadas com letras maiúsculas (em negrito) na lista abaixo.
1. M. americana (Erxleben, 1777) – VEADO-MATEIRO, veado-pardo, veado-guatapará, veado-vermelho, daguete-vermelho / Nomes indígenas: guaçupita (Guazú-pitá), suaçupitá, suaçubirá, suaçutê, guaçuetê (animal grande genuíno, verdadeiro) / Red Brocket / Daguet rouge / Corzuela colorada, Guazo
Coloração castanha-avermelhada, com pescoço acinzentado e ventre branco. Pesa entre 30 e 40 kg. Apresenta chifres de até 20 cm. Ocorre desde o sul do México até o norte da Argentina e tem grande distribuição no Brasil. Ocorre em todo território nacional, exceto no Rio Grande do Sul. Vive escondido durante o dia nas florestas ou locais com densas formações vegetais, saindo do mato ao entardecer para pastar. Diurnos e noturnos, terrestres e solitários. Os filhotes nascem com manchas. Alimentam-se de frutas, cogumelos, pastagem, flores e frutas.
2. M. bororo (José Maurício Barbanti Duarte & Jorge, 2003) – VEADO-MATEIRO-PEQUENO, veado-bororó? / Small Red Brocket...
Coloração e aparência muito semelhantes às do veado-mateiro, mas de tamanho menor, cerca de 40 centímetros de altura. Pesa entre 25 a 30 kg. Tem pelagem mais escura no dorso, pescoço cinza nas laterais, manchas brancas na base da orelha, na maxila e na mandíbula. As patas dianteiras são mais curtas do que as demais espécies. São animais noturnos, solitários e extremamente arredios. Ocorre na Mata Atlântica, exclusivamente nos Estados de São Paulo, Paraná e extremo norte de Santa Catarina. Restrito às florestas costeiras das serras do Mar e de Paranapiacaba. Trabalhos ecológicos constataram uma população endêmica no Parque Estadual Intervales, no sul de São Paulo (Vogliotti, 2004).
3. M. bricenii (Thomas, 1908) – Merida Brocket, Merioa Brocket / Mazame nain gris / Candelillo, Locha (Colômbia e Venezuela)
4. M. chunyi (Hershkovitz, 1959) – Dwarf Brocket / Daguet nain (Bolívia e Peru)...
5. M. gouazoubira (G. Fischer, 1814) – VEADO-CATINGUEIRO, veado-da-caatinga, veado-virá (lustroso) ou virote / Nomes indígenas: guazubirá, guaçubirá (Guazú virá), guaçutinga (animal grande branco), guaçucatinga / Gray Brocket, Gray Brocket Deer, Brown Brocket / Daguet gris / Corzuela parda, Guazuncho, Viracho, Masuncho
A palavra “catingueiro” é um adjetivo que se refere ao habitante de Caatinga (mato branco) – campos com vegetação arbustiva, sem folhas na estação seca, típica do Nordeste, norte de Minas Gerais e Maranhão... Esses animais ocupam ambientes mais áridos e possuem coloração mais clara em relação aqueles que habitam ambientes mais úmidos e fechados. Tem coloração marrom-acinzentada, uma faixa de pelos avermelhados na parte traseira da coxa e manchas claras acima dos olhos. Ocupa florestas abertas, bordas de mata, capoeiras, cerrados e áreas alteradas pelo homem, incluindo canaviais, por exemplo. Ocorre ao sul da Amazônia, estendendo-se do Brasil (na Chapada dos Guimarães, por exemplo), Peru e Bolívia ao Paraguai, norte da Argentina e Uruguai.
Vive solitário, encontrando sua parceira apenas para acasalar. Esse animal apresenta hábito de marcação de seu território com pilhas de fezes, que são locais frequentemente utilizados para abrigo ou alimentação. Os machos também utilizam sua galhada e glândulas localizadas na cabeça para marcarem arbustos. As fêmeas dão à luz apenas um filhote, após um período de gestação de aproximadamente 7 meses; sua gestação é de 200 a 215 dias, em média. Quando nascem, os filhotes possuem manchas brancas em seu corpo, formando linhas longitudinais nas laterais do corpo, isso para uma camuflagem na natureza, mas conforme o animal cresce as manchas vão sendo eliminadas, e em alguns meses já possuem a coloração do adulto.
6. M. nana (Hensel, 1872) – VEADO-MÃO-CURTA, veado-de-mão-curta, Veado-bororó-do-sul?, veado-poca, ou veado-anão / Brazilian Dwarf Brocket, Pygmy Brocket / Mazame nain / Corzuela pigmea. A palavra “bororo” (ôro) ou “bororó” é um adjetivo que se refere ao indíviduo dos bororos – povo indígena que habita áreas de Mato Grosso... Menor Cervídeo do País (15 kg), aparentemente associado às formações de Floresta Mista de Araucária da região Sul do Brasil, leste do Paraguai e nordeste da Argentina. Pelagem vermelha, sem ventre branco. Os chifres são bem curtos.
7. M. nemorivaga (F. Cuvier, 1817) – VEADO-ROXO, veado-amazonense / Amazonian Brown Brocket Deer, Small Brown Brocket Deer / Cariancou / Matacán. Foi considerado sinônimo do M. gouazoubira até Rossi (2000) demonstrar que é uma espécie válida. Semelhante ao veado-catingueiro, parece ocupar o mesmo tipo de ambiente deste, porém na região Amazônica. Sua pelagem é mais amarelada, com uma coloração marrom-azulada, e as orelhas são menores que as do catingueiro.
8. M. pandora (Merriam, 1901) – Veado-de-yucatan / Yucatan Brown Brocket / Venado temazate pardo de Yucatán, Yuk (da Península de Yucatán até Belize e Guatemala)
9. M. rufina (Bourcier e Pucheran, 1852) – Veado-bororó (parecido com o mateiro, do qual difere pela coloração ainda mais avermelhada), veado-camocica, veado-foboca, veado-caracu, veado-garapu, veado-da-charneca, veado-negro (as pernas e cara são de cor preta) / Little Red Brocket, Ecuador Red Brocket / Petit daguet rouge / Venado del páramo (espécie nativa dos Andes; Colômbia, Equador, Peru e Venezuela)

Ema

 Ela é criada pelo pai
  Esta ave brasileira, não voadora, é a que desenvolve a maior velocidade nas corridas, cerca de 60km/h. No mundo, só perde para o avestruz que alcança os 80km/h. No Brasil, ocorrem três subespécies da ema:
  • Rhea americana americana (quase extinta) que habita os cerrados e a caatinga; a redução da população desta subespécie foi agravada pela fome generalizada no Nordeste brasileiro, onde foi caçada pelo homem para alimentação.
  • Rhea americana intermedia, um pouco maior que as outras e com maior população atual; ocorre nos Estados de Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e está praticamente extinta no Rio Grande do Sul;
  • Rhea americana albescens que habita o Sudoeste do Centro-Oeste brasileiro, Sul da Bolívia e Norte da Argentina.
Os principais fatores que levaram à diminuição das populações das emas foram a destruição do habitat natural (cedendo lugar para a agropecuária); a caça para alimentação e para a proteção das plantações, e os atropelamentos.
Os agricultores não vêem a ema com bons olhos; ela gosta de se alimentar dos tenros brotos e das sementes enterradas; ao lado do Parque Nacional das Emas, GO, é comum vê-las (junto com os veados) saírem da área protegida para se alimentarem nas plantações contaminadas com agrotóxicos que, ingeridos, comprometem a saúde do animal e a de sua prole.  Por outro lado, os pecuaristas consideram esta ave útil por se alimentarem de pequenas serpentes além de carrapatos e moscas que parasitam o gado.
São animais onívoros e sua dieta é composta de gramíneas, leguminosas e pequenos animais como cobras, ratos, lagartos e insetos.
São aves rústicas que sobrevivem à seca; por outro lado, não suportam grandes períodos de chuvas pois suas penas não são impermeáveis e o excesso de umidade pode ser fatal para os filhotes. Em algumas regiões, as emas são capturadas e têm suas penas arrancadas para a fabricação de adornos, espanadores e adereços para fantasias de carnaval; a coleta das penas ocorre a cada 10 meses.
Na fase reprodutiva, com a elevação da taxa de hormônios, os machos se separam dos grandes bandos e sofrem transformações morfológicas e comportamentais. Nesta fase, ocorre a formação dos haréns que podem ser compostos por até 9 fêmeas. Na disputa entre os machos destacam-se as vocalizações, os saltos, as exibições das asas e do pescoço, ataques e expulsões.
Muitas vezes o território do harém é diferente do território do ninho, os quais são defendidos pelo macho. É ele quem prepara o único ninho onde todas as suas fêmeas botam os ovos; após a postura, enquanto o macho fica chocando os ovos, as fêmeas deslocam-se para se agruparem e passarem por mais uma fase de formação de harém, com outro macho e botarem noutro ninho. As fêmeas se acasalam com três machos diferentes e colocam em cada ninho de 4 a 5 ovos. Este sistema de acasalamento chama-se poligínico poliândrico.
Alguns ovos ficam gorados e exalam forte cheiro quando rompida a sua casca. O odor atrai grande quantidade de insetos que formam a primeira fonte de nutrientes para os filhotes. Estes já nascem com a agilidade necessária para ficar distante da mãe, pouco carinhosa e que pode matá-los. Com duas semanas de idade, as eminhas alcançam meio metro de altura, sem contar o pescoço.
Altura
até 2m
Peso
até 36kg
Incubação
39 a 42 dias
Número de filhotes
até 15 ovos (por fêmea)
Hábito Alimentar
onívoro, diurno
Alimentação
Folhas, brotos, sementes, insetos e pequenas serpentes e animais



 

Avestruz

 Estomago resistente
  Habitava uma vasta área compreendida entre o oeste da Espanha, através do noroeste do Mediterrâneo, até a China. Porém há cerca de um milhão de anos o avestruz migrou para a África espalhando-se por todo o continente, onde atualmente se encontra a maior concentração da espécie. Apesar da variedade nos números pode-se afirmar que o avestruz é a maior ave existente no mundo, e juntamente com a ema americana, uma das mais antigas deste planeta.     Plínio, o Velho, um naturalista da Roma Antiga, disse que o avestruz é o mais estúpido dos animais. Observando essa ave com atenção, no entanto, nada encontraremos que justifique essa afirmação. Fala-se que o avestruz engole objetos estranhos, como latas de conservas, despertadores, pedaços de metal e assim por diante. Isso não é certo. Mas é  verdade que esse animal engole grandes quantidades de areia e cascalho, cuja função  é puramente digestiva.
  A alimentação básica do avestruz consiste em grama, sementes e também insetos e pequenos animais. Essa ave estranha compensa a incapacidade de voar com sua grande habilidade para correr. Um avestruz perseguido pode chegar a uma velocidade de 45 Km/h, com passos  de mais de 3,5 m!
  O avestruz em geral vive em pequenos grupos de um macho e algumas fêmeas.As fêmeas do grupo põem seus ovos no mesmo ninho. Os filhotes são cobertos de uma penugem bem rija. O avestruz vive bem em cativeiro. Como suas penas são muito apreciadas, há numerosas criações de avestruz . Hoje também criadas em cativeiro por sua carne, sendo comercializada para consumo, e sua pele, usadas para sapatos, bolsas, cintos etc.
 Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Strhioniformes
Família: Struthionidae

Características: 
Altura: 2 metros (média)
Peso: até 135 Kg.
Dois dedos em cada pé
Asas atrofiadas
Penugem escassas na cabeça, pescoço e pernas
Uma ninhada por ano - 10 a 12 ovos
Período de incubação: 40 a 42 dias.




 

Camelo

  Uma corcova, duas corcovas
  O camelo bactriano tem duas corcovas e o dromedário, apenas uma.  O camelo tem também o pêlo comprido, que no inverno pode chegar até o chão. Ele é maior e mais atarracado que o dromedário, e ambos são capazes de puxar cargas pesadas. O camelo consegue atravessar desertos e estepes áridas muito melhor que um cavalo e escala montanhas de mais de 3 500 m de altitude. Um camelo forte percorre 40 km por dia levando uma carga de 250 quilos. Assim como o dromedário, ele pode passar vários dias sem beber água. É capaz de enfrentar as piores tempestades de neve. mas foge do calor excessivo.
  O camelo bactriano vive bem nas estepes, onde as plantas são ricas em sal. Ele é encontrado em estado selvagem somente no deserto de Gobi e é domesticado por toda a Ásia central.

FILO: Chordaia
CLASSE: Mammalia
ORDEM: Artiodactyla 



Pato

Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Anseriformes
Família: Anatidae 

Origem
O tradicional pato branco, que encontramos nas quintas da Europa, tem origem na China continental, sendo conhecido como Pato de Pequim.

Alimento de qualidade
Na quinta, o pato é utilizado para a produção de carne e ovos.

A carne de pato é muito apreciada, e a sua grande procura para fins culinários levou a que este animal fosse criado em cativeiro, por todo o mundo.

Uma pata põe cerca de 100 ovos por ano. Estes ovos também encontram muitos interessados, já que há quem os procure em detrimento dos ovos de galinha, que são mais pequenos.

Hábitos
O pato, tal como o ganso, vive em regime de semi liberdade, comendo tudo o que encontrar desde caracóis, até rações e ervas.

Se na exploração houver um lago, ou passar um rio, os patos vão até lá, onde passam o dia alternando banhos com períodos de descanso ao sol.

Reprodução
As patas chocam entre 6 e 10 ovos que vão eclodir 30 dias depois do início do choco. São mães excelentes, passando o tempo a contar e juntar os filhos.

Longevidade
Um pato pode viver cerca de 15 anos e pesar mais de 6 kg



Pata-muda  

Ovelha

Nome científico: Ovis aries

Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Artiodactyla
Família: Bovidae
Subfamília: Caprinae
Género: Ovis

Domesticação
As ovelhas foram dos primeiros animais a ser domesticados, foi cerca de 9000 AC que se pensa terem acontecido as primeiras domesticaçõe e terem surgido os primeiros rebanhos.
Estes primeiros rebanhos surgiram no Médio Oriente, berço das primeiras civilizações e estenderam-se por toda a Europa e Ásia.
A facilidade de lidar com estes animais, a pele apetecivel para fazer aconchegos para os dias frios, e o leite disponivel quase em permanência, pode ter sido a motivação que levou à sua domesticação.

Na quinta
A ovelha é o mais dócil dos animais de quinta, podendo-se com elas estabelecer laços de cumplicidade, tal como com a maioria dos restantes mamíferos de companhia.
O macho, o carneiro, não é habitualmente tão simpático, podendo mesmo experimentar os seus fortes cornos nas nádegas de quem se aproxime demais dele ou das suas ovelhas.

Além disso, faz parte do imaginário de todas as crianças, para quem é o mé-mé.
Reside também no imaginário dos adultos, onde assume um papel soporífero... Diz a sabedoria popular que contar carneiros funciona como meio de adormecer nas noites de espertina!

Nascimentos no pasto
A ovelha tem um tempo de gestação de cinco meses, nascendo uma cria a que se chama borrego ou cordeiro. Por vezes, nascem duas crias, podendo isso ser um problema, já que a fragilidade de um, ou ambos os cordeiros, é muitas vezes fatal.
Os agricultores tentam sempre que os nascimentos ocorram na Primavera, o que tem a ver com o facto de nessa altura os campos apresentarem, por norma, melhores pasto. Este factor, não sendo fundamental para a cria, é-o para a sua mãe, que assim pode rapidamente recuperar o peso e fazer um aleitamento de melhor qualidade.
Depois do desmame, por volta dos dois meses, ainda existe algum pasto em qualidade e quantidade para os cordeiros iniciarem a sua alimentação normal.
Algumas ovelhas abandonam os filhos à nascença, pelo simples motivo de andarem sempre em rebanho, pelo que, se a cria não se levantar e andar de forma suficientemente rápida para seguir o rebanho, que vai passando, a mãe pode abandoná-la para responder ao seu instinto, que é viver em grupo. Outras vezes, pode a ovelha achar que a cria não é suficientemente forte para sobreviver, e então, abandona-a, como faria na Natureza.
Claro que os agricultores, que estão habituados a essas situações, fazem sempre uma vistoria ao caminho por onde seguiu o rebanho, para terem a certeza que não fica nenhuma cria pelo caminho.

Normalmente, nos rebanhos existe apenas um macho reprodutor por cada cinquenta ovelhas. Para evitar que as crias nasçam fora do tempo que o criador definiu como sendo o mais apropriado, é usado um avental em pele, que não vai permitir ao macho cobrir as fêmeas.

As ovelhas, quando estão confinadas a um local de pasto vedado, viajam por toda a sua extensão para pastar, mas quando chega a altura de parir, fazem-no todas numa zona mais ou menos perto de onde as outras o fizeram antes.

Utilização
Quando pensamos na ovelha como animal de quinta, a primeira ideia que nos ocorre é a produção de lã.
A tosquia das ovelhas, além de ser um factor económico relevante, é também necessário às ovelhas, para que suportem melhor os dias quentes de Verão.

Estes animais têm ainda outras duas funções, de extrema importância, em termos comerciais.
Uma delas, é a produção de carne. A carne de borrego tem apreciadores espalhados pelos quatro cantos do mundo, sendo a Nova Zelândia o maior exportador mundial deste tipo de carne, o que representa uma enorme fatia das exportações deste país da Oceânia.
Outra, é a produção de leite, com o qual são feitos alguns dos queijos mais apreciados em todo o planeta. De leite de ovelha puro, ou com mistura de leite de cabra, o queijo representa também uma mais valia para os criadores desta espécie.

Além disso, a ovelha é um animal muito resistente, que suporta bem grandes variações térmicas e temperaturas extremas, seja frio ou calor. Este factor é fundamental para os agricultores das regiões mais desfavorecidas.

Alimentação
A alimentação das ovelhas é fundamentalmente a erva, que encontram nos pastos por onde pastam, Não necessita de muitos suplementos alimentares e tem a característica de não estragar esse mesmo pasto, podendo voltar ao mesmo sítio com apenas alguns dias de diferença, num sistema de rotatividade.



    

Burro

Nome científico: Equus asinus

Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Mammalia
Ordem: Perissodactyla
Família: Equidae
Género: Equus
Espécie: E. asinus 

Utilização
O burro tem vindo a ser, cada vez mais, afastado da quinta. A sua utilização para trabalho deixou de fazer sentido, já que as máquinas agrícolas são bastante mais eficientes e, acima de tudo, não fazem tantas birras!

No entanto, para nós, o gado asinino continua a ser de extrema importância, e por esse motivo continuamos a classificá-lo como animal de quinta.

As tarefas dadas aos burros nas quintas eram, por norma, as mais duras, já que não era possível retirar deste animal qualquer outro proveito económico.
Serviam para lavrar os terrenos e como animal locomotor de carroças e das noras de tirar água dos poços, nas horas de rega.

Teimosos
Trabalhavam sempre individualmente, já que não é possível fazer uma parelha de burros. 
Normalmente, se o tentar fazer, vai ter um problema de teimosia, um quererá ir para um lado, o outro quererá ir para outro; um anda, o outro fica parado... 
Puxando as carroças, serviam como meio de transporte individual dos agricultores com menos posses. 

Tradição mediterrânica
Por toda a Península Ibérica, o burro serviu para fazer a venda porta a porta de legumes, frutas e queijos. Em Portugal esta situação era muito frequente até aos anos setenta, principalmente nas regiões do Algarve e na zona Saloia em volta de Lisboa, embora acontecesse por todo o país. Agora a tradição continua a ser mantida, mas como atracção turística.

Algumas raças de burro estão à beira da extinção, com poucos exemplares reprodutores. 
Felizmente, esta situação começa a ser resolvida, principalmente com empresas privadas que apostam nas viagens de burro por zonas rurais, sendo estes pequenos «safaris» muito apreciados pelos visitantes externos.
Também começa a haver alguns incentivos financeiros, por parte do governo, para a preservação desta espécie, começando agora a ser colhidos os primeiros frutos desta acção, já que alguns criadores de cavalos abraçaram esta missão com espírito empreendedor.

Esperança de vida
Os asininos podem viver entre 30 e 40 anos.






Burros

Faisão

Nome científico: Phasianus colchicus

Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Aves
Ordem: Galliformes
Família: Phasianidae

Origem
O Faisão é uma ave originária do continente asiático, tendo sido introduzido na Europa na idade média, transportado pelos mercadores que faziam negócios com a Europa.

Cores garridas
O faisão tem feito as delícias dos criadores de aves de quinta. A sua plumagem de cores garridas, sobretudo nos machos, fazem desta ave um caso único de beleza.
Na Primavera, época do acasalamento, essas cores tornam-se mais vivas que nunca, sendo esta uma forma de os machos cortejarem as fêmeas.
Quanto às fêmeas, como em quase todas as aves, a sua plumagem é bastante mais discreta, sendo uma característica útil na Natureza, para se camuflar dos predadores.
Também em termos de constituição física as diferenças são consideráveis, já que, nesta espécie, o macho é significativamente maior que a fêmea.

Existem, espalhados pelo mundo, cerca de cinquenta espécies de faisões, em muitos bosques europeus existem exemplares a viver em total liberdade, já que, durante muitos anos, eram soltos na Natureza para depois se tornarem caça da realeza.
Com o passar dos anos, essa mesma caça tornou-se aberta a todos os caçadores.

Na culinária
O faisão, pelas características próprias da sua carne, tem uma grande reputação em termos culinários. Ainda hoje, a sua carne atinge valores muito altos, comparados com outras carnes de ave, como o frango ou o perú.

Hábitos
Na Natureza, a faisoa faz o seu ninho no chão entre folhas, por isso, na quinta, a fêmea tem tendência a adoptar idêntico procedimento, escondendo o ninho.

Quanto às dormidas, os faisões preferem troncos baixos, mas que lhes permitam estar fora do alcance dos predadores.

Em cativeiro
Em cativeiro, o faisão tem um comportamento de grande desconfiança para com os humanos. Habitua-se ao tratador, mas sempre que outra pessoa se aproxima, fica extremamente nervoso, e corre para os limites da capoeira, correndo depois em redor da mesma até ficar exausto. Inclusive, se o tratador fizer uma mudança significativa de roupa, e não obstante conhecer a sua voz, o faisão apresentará comportamento muito semelhante ao atrás descrito.

Alimentação
Os faisões alimentam-se de pequenos insectos, minhocas, frutos e sementes de vários cereais, portanto a alimentação é, em tudo, semelhante às outras aves de quinta de capoeira, nomeadamente, o peru e a galinha.